
"Mãos para o alto"
A bagunça começou a ser feita. Ele falava em um alto e bom som, enquanto mexia em tudo, vasculhava, dava as ordens. Apenas obedeciamos em silêncio.
Não tinha muito o que se fazer. Ali, ele estava com o poder. Um grito poderia acabar com as nossas vidas em segundos. Não queríamos contrariá-lo, logo acabaria, assim esperávamos!
Foi ficando cada vez mais tenso.
Fomos trancados em um quarto. Lá, não havia água, nem comida, nem algo que pudéssemos nos distrair.
O medo era algo inevitável naquela altura do campeonato, mas apesar de tudo estavamos juntos.
Antes de entrar observamos que havia algo de estranho. A cozinha estava meia mexida, os movéis arrastados milimetros de diferença do que haviamos deixado.
Não percebemos o quanto aquilo poderia ser perigoso. Um pequeno ato, mudariamos tanta coisa! Mas resolvemos nos atirar de cabeça e ver até onde estava o limite de nossos receios, de nossas dúvidas, queríamos ver o barco afundar até perdermos o ar e correr em direção ao salva-vidas.
Por que não arriscar? Por que achar que tudo estava errado? Mas por que não deixar de ser tão "corajoso" e perder a pose as vezes?
Ele nos tirou do quarto... pediu para que não contássemos a ninguém que havia vasculhado tudo, que havia mexido em nossas coisas e tomado algumas atitudes por nós.
Pediu desculpa pelo encômodo, e resolver se apresentar:
"Podem abaixar as mãos, meu nome é PAIXÃO "
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