terça-feira, 16 de março de 2010

E o Vento Levou

“Pegue o casaco quando sair!" - Declarava em um auto bom som tomando todo o ambiente com sua articulação bem definidas!

Ela não estava com o frio suficiente a ponto de levar consigo aquela blusa. Mas de qualquer forma não queria entrar em discordância, pois levaria a uma breve discussão, e estava com muita pressa.
Passando o braço pela cintura dele ao cruzar a porta, saíram de casa decididos onde passariam a noite e talvez o resto de suas vidas!

Ele sorria a beijando no rosto a cada dez passos que se afastara de casa!
O vento batia com força nas janelas da vizinhança, o cabelo dela voava, despenteando todo, não gostava muito da situação, mas aquilo era uma rotina que tinha de ser comprida, e ela tinha que parecer estar feliz!

O ambiente estava agradável, eles se acomodavam enquanto o garçom apresentava o cardápio. Queria algo a mais do que o restaurante poderia oferecer, porque afinal estavam ali para comemorar o vigésimo mês que estavam morando juntos.
Contente, ambos se abraçavam naquela noite de outono!

- "Não acredito que você está aqui no mesmo dia e horário que o meu" - arrastava toda a atenção do recinto para ele. Era um amigo da faculdade que se surpreendia ao encontrá-la depois de algumas semanas que as férias começaram!
Ela ficou totalmente sem jeito, e logo ofereceu que ele se sentasse para atrair menos olhares!
Talvez a reação dela fizesse seu parceiro perceber o quanto estava incomodada com aquela companhia!
O papo se estendia, e o casal atento aos assuntos, que mal faziam questão de fazer o pedido ao garçom.

Foi quando a pergunta pairou no ar.
Ela se ajeitou na cadeira e gaguejou, ate ele se levantar inconformado, deixando para trás as comemorações do dia!

-"Por que você foi perguntar bem agora se ele era o mesmo do dia que me viu no restaurante ao lado? - balançava a cabeça, apoiando-a nos braços que se estendiam pela mesa. No auge do desespero, sabendo que ali já era o fim que a traição fora desvendada em um aniversário importante para ele.

Ele corria em direção a casa. O vento frio já tinha se concentrado fazendo todos se acolherem em suas residências! O devaneio não o deixara seguir o caminho sem pensar em algo que o machucasse algo que ele queria fazer para matar a angústia.
O Farol daquele caminhão seguia junto a uma buzina aguda, que o atirou para o outro lado da pista;
Ela gritara, pois o seguiam minutos depois de se desculpar com o garçom.
Totalmente inconsciente, ela ajoelha ao lado, clamando por sucesso que a chamá-lo reagiria de alguma forma.
Ele a deixou naquela pista, no outono, em uma comemoração catastrófica.


O arrependimento vem junto com a sinceridade, e há oportunidades que não sabemos se elas voltarão, a ponto de deixarmos para depois!








Um comentário:

Aline Gil disse...

Mais... Bem mais do que eu imaginei! Quando vc comentou não dei o verdadeiro valor! TE AMO MENINA DE OURO!