quarta-feira, 20 de outubro de 2010

until the day i die !

- "Segure o pincel e balance com suavidade na tela, o segredo de um pintor é pintar com a alma. Observe! Agora tente sozinha enquanto ajudarei o Tom."

A escola de arte era onde Luci passava a maioria do tempo. Às vezes se dedicava tanto aos alunos, que esquecia sua vida social. Formada há dois anos como pintora, já havia ganhado muitos prêmios em seus quadros e sempre fazia exposição deles no quarto sábado de todo trimestre. Sua segunda faculdade que começara a cursar era letras, não se intimidava ao escrever sobre sua vida frustrada e cansada de tanto sofrimento com a perda de seu marido. Seus rascunhos viviam jogados na prateleira de seu escritório, e todos os dias que chegava a sua casa, escrevia sobre o seu dia e o transformava em um texto de auto-ajuda. A sua vida se dedicara a uma terapia.

- "Luci, com que cor eu devo pintar a pele desta mulher? – Questionava Tom, levantando de seu banquinho e o derrubando desastrosamente. Ele ficava um pouco sem jeito quando via mulheres despidas e tinha que desenhá-las.

- "Tom, apenas a observe por alguns instantes e olhe para as tintas, não será difícil identificar a cor certa. Sinta o que está pintando, e pinte o que esta sentindo, ok?" - Luci logo se afastara para verificar o horário.

- "Se fosse a sua cor, eu saberia"- sussurra Tom

- "Como é Tom? EU não o escutei, desculpa."

“Sinto o que estou pintando e pinto o que estou sentindo”,só repeti isso para não esquecer- Sínico foi a cara que ele fizera.

Luci tinha uma boa aparência, e não eram poucos os alunos que faziam aula, para tentar cantá-la. Logo fingira que nada havia escutado e segue com a sua aula.

- “Não se esqueçam de trazer as cores quentes na próxima aula. Faremos algo um pouco diferente, obrigado turma, até semana que vem”

O sol estava a se pôr e logo refletira no espelho. Luci havia estagnado o seu olhar pro alguns devaneios que a perseguiam desde quando se levantara da cama. Foi quando Drack batia levemente na porta.

- “Você pode me dar um minuto de suas 24 horas?”

Luci sorria tão diferente dos sorrisos que dera naquele dia.

- “Eu gostaria de te dar pelo menos 12 horas do meu dia, mas o meu dia parece ter apenas 8, passa tão rápido”

Ele logo entrelaça seus braços em volta dela, como se não tivessem almoçado juntos e a beija contente por tê-la por perto no seu intervalo de aula. Drake era professor na mesma escola que elam se formaram juntos e a única coisa que tinham em comum, eram as mãos sujas de tinta.

- “Posso passar pra te pegar as 21 horas? – Drake a rodou e abraçou por trás enquanto observavam o sol sumir entre as árvores.

Luci não hesitou em respondê-lo, houve um breve silêncio quando em intermináveis segundos ela sussurra:

- “Podemos nos encontrar apenas na segunda? Eu preciso de um tempo. Bom,você sabe...faz parte da terapia. – com o olhar cabisbaixo,ele a coloca na frente do espelho,para que possa olhá-la!

- “Eu também faço parte da sua terapia, deixe eu apenas participar dela.”

- “Drake, eu não posso passar pelos meus problemas se eu não domá-los sozinha, eu preciso desse tempo, não quero magoá-lo – Luci se soltara de seus braços e começara a arrumar sua pasta para ir para a faculdade.

- “Ok, se isso é o que você quer, eu posso fazer. – Drake se aproximou, segurou-a na cabeça, olhando fixamente e roçando seus lábios nos dela – Eu estou aqui, eu vou estar quando o telefone tocar, e você me dizer que esta pronta para me ver!

- “Obrigada Drake,eu realmente preciso ir agora, me desculpe”

Esbarrou a bolsa duas vezes antes de chegar à porta.Não fazia idéia onde estavam as chaves do carro, e foi notar que havia esquecido na mesa da sala, quando chegou no estacionamento. Pensou em esperar mais alguns minutos, porque se encontrasse Drake ele insistiria em buscá-la as nove, mesmo sabendo que teria que respeitar suas decisões.Abriu a porta da sala e viu o quanto de coisas que deixou por fazer com a pressa de ficar sozinha. A tela branca estava na frente da janela com algumas tintas por perto. Não pensou muito e logo trancou a porta, faria sai terapia do dia, ali.Sentou no banquinho que Tom derrubara no fim da aula, e concentrada pintou o que estava sentindo. Abriu seu armário para pegar algumas tintas da cor da pele, quando puxou uma tela e o mesmo desenho estava lá. Não muito contente, mas conformada, observara o quanto Drake parecia seu ex marido e como seus desenhos melhoravam quando era para desenhar o rosto do mesmo. A volta para casa foi rápida. Os faróis colaboravam e o horário já passara das 22 horas.Guardou o carro e esperou por alguns segundos,precisava se recuperar,o seu rosto ainda estava muito vermelho.
Abriu a porta e casa e se deparou com Drake sentado no tapete com taças de vinho ao som de Norah Jones.

- "Maldita hora que esqueci a porta aberta! Por que você apareceu?" - Luci ia se afastando cada vez mais das taças e de tudo aquilo.

- "Você não pode ficar sozinha em dias como esse,por isso resolvi fazer essa surpresa" - Drake sorria de orelha a orelha.

-"Não pode apenas decidir isso por mim,eu quero estar sozinha. As coisas mudaram Drake,não sou aquilo que conheceu,eu não estou suportando mais tudo isso,me deixe em paz. - Luci gritava e brutalmente apanhou sua bolsa e foi direto para o carro.

Mal esperou o portão abrir e saiu cantando pneu,sem rumo. Aos prantos tentava lembrar o motivo para tal ato. Em sua memória,enquanto circulava as ruas da cidade,vinha a imagem de Joh digitando mensagens no celular e por instantes aquela cena novamente.

-" John,vamos querido, não podemos nos atrasar,meus primos esperam por nós"



to be continued (..)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Vamos zerar e recomeçar ...


No relógio,marcava 20:02.
Julie atirou a unica taça de vinho que estava em cima da mesa -após aquele jantar- contra a porta quando ela fechara! A taça estava vazia,e a pouparia de u
ma limpeza mais pesada tarde da noite,mas espalhou todos os cacos de vidro,fazendo com que até ela se assustasse por alguns segundos.
O choro tomou conta dela,enquanto se arrastava em direção ao chão.
Após horas de "drama" ela percebera o quanto foi exagero toda aquela cena..mas o coração -maldito seja- ainda estava doendo.
Robert ligara a noite toda,mas ela apenas olhava para o telef
one,vendo-o piscar e ouvindo ele deixar as mensagens na secretária eletrônica,que as vezes implorava para ela atendê-lo:

"Julie,por favor,não quero dormir assim,brigado com você,entenda o meu lado...apenas me confirme se está tudo bem!"

Já estava quase amanhecendo,quando ela levantou. O rimel manchara o sofá branco,o cabelo estava incrivelmente volumoso,e seus pés estavam machucados,por culpa dos cacos de vidro...Mas agora,ela precisava limpar a bagunça que deixou,e apagar as mensagens da secretária eletrônica,pois seu marido estava por chegar de viagem!
Tomou um banho,guardou todas os rastros que Robert deixara depois de uma tarde de amor,e fez questão de colocar uma roupa bonita e apresentável para a volta de seu marido.
Quando o telefone tocara,não imaginaria que os planos iriam por água a baixo.

-Alô?

-Querida,como está?

-Olá amor,está tudo bem!

-Eu preciso falar rápido,mas é uma má noticia. Os coordenadores do evento vão ter uma breve reunião,terei que fazer hora extra,durante alguns dias.
Espero que não fique chateada.Mas como presente da minha volta, jantaremos no seu restaurante predileto.
Eu te amo.

-Não tem problema.Eu te amo.

Mas tinha problema. Ela havia dispensado seu amante. Ficaria sozinha,e estava triste,seu marido pouco se importara após conseguir uma promoção do serviço.
E agora era a hora dela esquecer um pouco do seu orgulho e tentar arriscar e conversar
com George,segurou o telefone por alguns segundos,até discar o número.

-Eu sabia que você me retornaria.

-Te espero aqui em meia hora.

-Mas e se o seu marid....

Bateu o telefone tão forte na cara dele,que provavel
mente fez ele se preocupar.
Julie andava da sala pro quarto com a cabeça longe.Talvez tomaria uma decisão que mudaria a sua vida pra sempre.
Os carros que passavam na frente de sua casa,estranhava ao vê-la sentada perto do jardim,apenas olhando para o céu. Alguns vizinhos que passava por ela,olhava também,para ver se tinha algo errado.
O silêncio era tudo que ela precisara!
Logo que ele encostou o carro na vaga de seu marido,de soslaio,percebeu o Ford Focus preto,que fazia refletir o sol. Se colocou imediatamente em pé,arrumou o cabelo,enquanto ele se aproximara,ela entrava em casa,deixando a porta aberta.
George saiu de casa da forma que estava,moleton preto,chinelo e uma blusa velha da adidas que usara para ficar em casa nos dias frios...e ao entrar na casa de Julie a fez olhar de uma forma estranha.

-Não deu tempo de colocar um tênis,meia hora eu levo para chegar aqui.

Julie sentou na poltrona predileta de Robert enquanto apoiava a sua cabeça em suas mãos.
chorava.
Imediatamente George ajoelhou do lado dela,e a abraçou.

-Eu não posso fazer isso,George,mas eu não vo
u aguentar!

-Você não pode fazer o que? Vai ficar tudo bem,sempre ficou.

Ele sabia que essa era a frase que ela mais odiara,mas agora era necessário.

-Você não pode casar - Enquanto tentava levantar a cabeça e olhar mos olhos dele,ele se levantara indo um pouco para trás.

- Prometemos que seria apenas para lembrar..lembrar.. a nossa adolescência,não poderia estragar nossas relações.Pare com isso Julie.

Ela levantou e foi em direção a ele..Segurou sua cabeça,como se fosse arrancá-la fora.

-Você não entende que eu sempre te amei? Agora você vai casar com a minha melhor amiga.
Por favor George,vamos tentar ficar juntos!

Ele tirava suas mãos de sua cabeça e fazia uma cara de reprovação.
Andara de um lado para o outro,enquanto Julie esperava aflita por uma resposta.

-Foi você que me deixou. Enquanto eu arrumava um jeito de falar com os seus pais sobre o nosso namoro,você me julgava por eu ser 10 anos mais velho..e então foi você que preferiu namorar aquele que a sua mãe aprovara...eu nunca me importei dos seus pais me odiarem,eu sempre estive disposto para as coisas serem diferentes.

Julie apenas chorava!

-...Eu briguei com o meu irmão e sai de casa.Eu nunca mais o vi,por não aceitar o que ele me dizia sobre você.TUDO QUE EU FIZ FOI POR VOCÊ.
E agora você está casada Julie,eu preciso arrumar a minha vida com a Kety,ela é minha noiva!

A buzina do seu marido ecoava,e ele entrara em casa com as malas nas costas e bem vestido.

-Querida,a surpresa é essa.

E quando abriu a porta,se deparou com Julie em prantos e George de costas,nervoso.
Não acreditara no que estava vendo. Jogou as malas no chão,e ficou parado piscando esporadicamente.
George também não acreditara no que via,o que fez,foi apenas sair de sua casa.

- O meu irmão sempre te amou - Exclamava Robert segundos após fechar a porta de casa!